sábado, 29 de dezembro de 2012

Por isso me recuso, a deixar-te partir assim feito poeira nos bancos quando a chuva vem, e canta o seu desespero.


Ano que vem irá completar três anos que eu criei o "Poesia do Horror". Me lembro bem que criei este blog com a finalidade de desabafar os problemas que eu estava passando na época, e também divulgar as poesias que eu escrevia em sala de aula ou pela madrugada de tédio. Muitas coisas mudaram de lá pra cá, aqueles problemas, toda aquela depressão, fantasmas, medo do futuro e até mesmo medo do presente foram superados com o maior sucesso, e devo agradecer isto aos meus grandes amigos que fui conquistando ao ir vivendo e morrendo na cidade, a minha mãe que com a sua positividade e pouco sutileza me deu forças para seguir em frente e enfrentar os meus dragões embriagados, e mesmo muitas vezes transparecendo que eu não acredite, tenho muito para agradecer a Deus, que por linhas tortas, por montanhas cansativas, sempre me mostrou que se pode ser feliz em um novo lugar e com outras pessoas.

 Tenho um apego muito grande por este blog, não faço ideia de quem o lê, e as vezes tenho a impressão que nunca é acompanhado por ninguém. Mas, a minha história, as minhas obras, os meus devaneios, as minhas paixões, minhas musas inspiradoras e canções prediletas sempre foram coladas bem aos poucos por aqui. Pode até mesmo ser considerado como uma espécie de diário poético.

 Aproveitando, irei fazer uma retrospectiva de como foi o ano de 2012 para mim.
 Começou de maneira bem cômoda, lembro-me muito bem da primeira semana de Janeiro, eu caminhava pelo Parque da Vila dos Remédios com a camiseta do Alien Sex Fiend, era verão e a natureza me cortejava com cada folha. Naqueles dias  tinha um relacionamento muito sério com uma garota, que comparado aos meus outros relacionamentos, até que morava próxima de mim, então sempre nos encontrávamos, nos beijávamos e fazíamos promessas bem juvenis. Mantinha um forte contato com os meus amigos presentes em 2011.
 Em fevereiro, eu pude sentir a mudança, tendo como início uma doce emoção, uma grande amiga veio de muito longe para me visitar no dia do meu aniversário, lembro-me que fui buscá-la na Estação Tietê, que dia lindo foi aquele, 03/02/2012 mais ou menos ás 08:00, um lindo sorriso desceu do ônibus da Viação Itapemirim que tinha acabado de  chegar  do Interior de Minas Gerais, Espera Feliz. De tão lindo, me doeu e me tornou seco e melancólico ao dirigir a palavra a tão esperada pessoa, e percebia que a mesma tinha o mesmo sentimento. A recebi com um  um forte abraço (não pude deixar de levantá-la) e recolhi a sua bagagem, pegamos um trem sentido a Sé, e caminhamos pelas ruas do centro velho de São Paulo desabafando pedaços de nossas vidas, coisas que compartilhávamos com uma distância de aproximadamente 12 horas. Sim, aquilo finalmente estava acontecendo, de uma maneira a qual idealizava durante quase dois anos. Não queria mais nada, apenas aproveitar aqueles dois dias com a minha grande amiga, que com todo prazer pronuncio o seu nome, Marina.
 Chegamos em casa, apresentei a mesma a minha casa, deixamos sua mala num canto da sala, e saímos para a mesma conhecer o bairro em que eu moro, nunca achei esse lugar bonito, mas neste dia parecia o imenso jardim que aparece a cada sonho bom de uma criança, o sol não era atormentador, era radiante de felicidade, era o tapete dos lindos anjos, e o céu estava incrivelmente azul, mas ainda assim não conseguia entender aquele meu sentimento de melancolia, talvez fossem as 24 horas sem dormir. Voltamos para casa, e ao chegar no portão entramos abraçados, eu a disse:

 - Fico tão feliz que você tenha vindo de tão longe só para o meu aniversário!
 a mesma disse:
-  É o amor!

 Trocamos de roupa, e fomos para um parque que tem num bairro próximo,e falando sobre qualquer coisa. Eu ficava impressionado de quantos olhares se direcionavam para a minha amiga, definitivamente é uma beleza que estava muito distante da cidade de São Paulo, apenas em um lugar tão longe poderia se ver pessoa tão bonita.
 Chegamos ao Parque Vila dos Remédios, nos sentamos em frente a um lago que tinha vários patos e acendemos nossos cigarros, era um cigarro vagabundo, Derby, mas foi o melhor Derby que fumei em toda a minha vida,  olhando de longe parecíamos personagens de filme inglês, sentados num parque em um dia de sol, eu com a minha velha camiseta do Sonic Youth, e Marina com o seu vestido florido. Falamos sobre coisas da vida, como tanto esperávamos, em um momento daquele definitivamente me senti verdadeiro, e não conseguia parar de dizer (de uma forma seca) que eu estava feliz por aquilo tudo, e a mesma sempre retribuía. Nunca em toda minha vida, tinha sentido uma reciprocidade tão forte. E assim foram se passando os dias, e como bons amigos até brigamos, rs.
 Até que chegou a hora de direcioná-la a Rodoviária, acordei tão mal naquele domingo, dia 05/02/2012, que nem tinha conseguido almoçar. Minha desculpa era a ressaca, mas na verdade é que eu estava triste pela minha melhor amiga estar indo embora para tão longe novamente, parecia que eu tinha feito um pedido para um feiticeiro, em pedir para passar dois dias com a pessoa que eu mais gostava depois da minha mãe. Nem minha namorada, que me via tantas vezes pela semana era tão querida quanto essa pessoa. Que me ensinou tanto em poucos dias, e mostrou para mim, que neste lugar, nesta vida, só temos resíduos de felicidade, são dois dias bons para 363 dias que se vive por apenas estar vivo.

" [...] é só você que me provoca essa saudade vazia, tentando pintar essas flores com o nome de AMOR PERFEITO, e NÃO TE ESQUEÇAS DE MIM"

"[...] juramos ser felizes, corremos de mãos dadas,  esquecemos tudo enfim que nunca nos disse nada. Ouvir teu nome foi tão completo quanto o fim, e agora que a dor voltou, o que será de mim?"

 E os dias passaram a serem como outros dias quaisquer, no dia 06/02/2012 fui para a Escola, e logo fui apresentado ao verdadeiro inferno. Não, eu não consegui me enturmar com nenhum daqueles sujeitos hipócritas. Para piorar a minha situação em tal imundice, tive que me deparar com dedos fedidos de pessoas tão inúteis, as quais por muito tempo nem sequer me lembrava de sua existência. Naquele dia, eu percebi que estava pagando muito caro pela minha falta de dedicação ao estudo no ano de 2011.
 Apesar dos pesares, tive um grande reconhecimento pelos professores que lá davam aula, sempre me elogiavam colocando em pauta as minhas ideias revolucionárias, tive até a oportunidade de realizar alguns trabalhos para me descobrir um pouco mais, e logo percebi que o curso que queria prestar, era o de História. Mas, mesmo assim, eu faltava muito, sempre sendo chamado atenção por faltas que davam como consequência notas muito baixas, juro que eu tentava ir todos os dias, mas tinham vezes que era impossível me despertar de um sonho de criança, e ir para uma prisão com generais de salto alto. Passou diversas vezes pela minha cabeça cometer um terrorismo contra aquele lugar. Realizar o sequestro da maldita coordenadora pedagoga, e lavar o meu corpo com o sangue daquela reacionária. Fazer a inexistência daquela instituição que emburrecia e conduzia a cada dia os alunos para o proletariado.

 " Nas escolas você aprende que o seu destino já está traçado. Pois querem os transformar em cordeirinhos domesticados prontos para serem transformados em operários escravizados"

 Muitas outras coisas aconteceram no ano de 2012. Muitas ilusões e desilusões. Mas, foi o ano em que eu descobri que nossos verdadeiros amigos são muito poucos, e que estes por causa do destino mesmo, não podem ser tão presentes em nossas vidas.
 Claro, não deixei de ter sido um mal para alguém neste ano, parti muitos corações, só que também conseguiram fazer do meu em mil pedaços, e agora procuro os cacos nos cantos da casa.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012



 Sua elite idiota
 será fuzilada
 Sua química maldita que passa nesse cabelo seboso
 Nunca mais irá existir

 Sejam bem vindos ao Front
 chegou a hora de provar
 se o que dizias em mesa de bar
 era verdade, senão também iremos te matar

 Todos os caganeiros verbais
 irão para o Inferno
 Hoje começa a revolução
 e enfiaremos no seu cu, a merda do seu cartão de crédito

 Atearemos fogo nas falsas instituições
 irá parecer terrorismo
 Mas, logo verás que a cada tiro de fuzil
 são para todos os nossos generais

 Serão libertados os porcos
 e vão invadir a casa dos SENHORES

sábado, 22 de dezembro de 2012


 Não tem como disfarçar
 essa tristeza que eu sinto
 Esses dias flagelantes
 com tanta vontade de ir embora
 e deixar pelo menos uma vez
 a vida decidir por mim
 Quem sabe não sinta mais nenhuma decepção

 Os dias passam devagar
 me pego correndo em circulos
 voltando sempre pro mesmo lugar
 este quarto escuro e empoerado

 Queria uma vez mais
 me encontrar motivado ao sol
 Tirar o chinelo e caminhar sem sentido
 quem sabe eu o encontre
 vivendo um dia de cada vez

 Busco a crença aos domingos
 volto a escutar aqueles discos
 que falam exatamente daquilo que eu gostaria de ser
 mas, que nunca me permiti sequer me ter

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012



 Não há um espelho encantado
 um jardim com fadas e doentes
 e crianças correndo
 Olhe bem em sua volta
 tudo está perdido e a riqueza se foi

 Tento dizer coisas bonitas
 olhar com alegria
 essa vida que recebi
 mas, é difícil abrir o coração mais um vez
 e de certa forma ter mais uma desilusão

 Gostaria e tirar o chinelo
  caminhar pela terra descalço
  e respirar a vida como se fosse uma criança
 só que a inocência foi perdida

As luzes que estavam acesas
foram apagas

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Por mais que não bastasse a sinceridade, sem a despedida não há felicidade.


 Este é o tão famoso dia de despedida. É um um dia em que eu optei por não dormir, e resolvi sair com um grande amigo para acompanhá-lo em uma sessão de tatuagem.
 Um dia assim. sem dormir e de sol, me lembra do dia mais melancólico, porém que sinto mais saudades em minha vida, foi quando fui conhecer a minha melhor amiga, a qual veio de uma cidadizinha de Minas Gerais, foram 12 horas de viagem que ela teve de lá até aqui em São Paulo. Por apenas dois dias, cheguei a perceber que mesmo estando sendo um grande de um filho da puta, melhor momento que aquele só se ele estiver por vir, pois nunca tinha vivido algo tão bonito e que realmente tenho tanto prazer em recordá-lo.

Sim, hoje eu estou com o sentimento de ser o último dia de minha vida, e eu quero me despedir primeiramente da minha família como: Mãe, Irmão e de uma forma bem amarga, todavia sincera... pai. Reconheço que com a minha partida, sentirão a dor mais imensa a qual possam vir a ter, e que a falta que irão ter será eterna, só que quando se precisa ir, é importante a gente não se atrasar. É importante para que tudo dê certo em nossa partida, por as flores em amostra, dar comida para os cães e gatos, e também deixar um bilhete na geladeira avisando que fomos, e se iremos voltar.
 No momento, a música que mais tenho escutado tem sido "Soul Parsifal" da banda que melhor fala de mim nesta vida, Legião Urbana. Então, caso você que está lendo este texto mais do que sincero, se quiser lembrar de mim e ter um bom sentimento, ter paz, por favor escute esta canção, que fala muito do meu cansaço e que me ensinou tanto a ser verdadeiro pelo menos comigo.

 Quero muito agradecer o apoio de todos. Desejar que todos tenham em sua volta, 29 anjos vos saudando. E um único pedido: Vivam como se fosse o último dia, pois este sim, é bom.



"Tentamos tanto achar a verdade, quando a verdade é tudo que somos sem querer"
(Nenê Altro)

sábado, 1 de dezembro de 2012


É tão imenso o ódio
que você fez brotar
Como pode ser tão inútil
ao exigir atitudes alheias
que nem você consegue realizar?

Pra mim o seu conceito sobre cena
é uma verdadeira piada que já perdeu a graça
e te pergunto uma vez mais
Por que baseia a sua vida em violência gratuita?

Em quantas cabeças você pisou?
Quantos nomes você arrastou?
e de quantas "revoluções" você já participou?

Apenas cuspiu em quem foi contra a sua razão idiota
Só ameaçou aquele que apenas não concordou
Quis impôr respeito
Quis fazer o certo
mas apenas se traiu
e continuou insistindo na sua burrice

E assim vai prosseguindo o movimento
com indivíduos tentando monopolizá-lo
formando uma hierarquia maquiada de Anarquia
mas, a minha única liberdade
está sendo o meu pensamento
que anseia uma vontade
de pegar toda essa sua imbecilidade
e enfiar feito uma bomba no meio do seu cu

sexta-feira, 30 de novembro de 2012


 Acho que estou ficando velho antes da hora, ou realmente acredito que o mundo vá acabar ainda este ano, pois eu não quero esperar. Eu não quero perder tempo para viver. Quero viver para dar tempo de sorrir, e ficar parado, esperando algo de uma coisa só... já não tem mais a ver comigo, acredita?
 Quero sempre mais, e migalhas nem os cães merecem. Filmes repitidos não estão arrancando o meu sorriso, alguns muito pelo contrário, só me arrancam as lágrimas. Mas, sou obrigado a dizer que não fazem mais filmes como antigamente (com pouco sangue), só parece que ainda o cinema é mudo.

 Estive cansado, meus amigos. O orgulho me cansou. E a vontade alheia mais ainda, parece até que eu não estou seguindo a tendência do meu signo de aquário, de simplesmente presar a liberdade, e o fascista da minha vida está sendo eu mesmo.



Eu não Quero Ver Mais Uma Vez Esta Série
Em Que A Gente Sangra Tanto Meu Bem
É, Perdi O Medo De Dizer
Que Nada Atinge Meu Querer
E Que Sempre Faço O Que Mais Me Pede Na Vida
E Por que Não Falar De Amor Ou Repetir As Palavras
Se No Fundo É Só Isso Que Vale A Pena?
Ah Se Eu Fosse Tolo...
Só Se Eu Fosse Tolo, Não Deixaria Viver
Essa Tarde Eu Vou Sentar E Ouvir Stiff Little Finger.
Lembra Que A Gente Passava Horas Aqui
Falando De Ex-Namoradas?
Ah Amigo, Tenho Andado Tão Inquieto
Que Até Beijo De Seriado Me Arranca Um Suspiro
É...Perdi O Medo De Dizer Que Nada Atinge Meu Querer
E Que Sempre Acaba Atirado Aos Braços
De Quem Mais Me Convida Ao Pecado.
E Por Mais Que Passem Os Anos
Eu Continuo O Mesmo Garoto
Que Você Um Dia Amou Tanto.
Ah Se Eu Fosse Tolo...
Só Se Eu Fosse Tolo Não Deixaria Viver.
As Pessoas Sempre Vão Falar
Pois Suas Línguas Lhes Vencem Os Dentes
E Seus Medos E Inseguranças
Sempre Acabam Em Dedos Ao Diferente.
Então Que Se Foda Amor, Que Se Foda
Se A Palavra Suja Não Rima.
Que Se Foda Amor, Que Se Foda.
Pecado É Não Viver A Vida.
Então Esquece Tudo E Vem
Que A Vida É Assim
E Se A Gente Deixar De Viver
Não Vai Dar Tempo De Sorrir.
Vamos Pegar Essa Estrada
E Sentir O Vento Cantando Esta Música
Que Conhecemos Mais Que Nós Mesmos.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012


 Após uma masturbação
 eu percebi que nem o meu pênis
 queria ser mais o meu amigo

 Eu não recebo uma mensagem,
 ou uma ligação no celular
 já tem duas semanas
 E todos que até ontem
 eu jurava que eram os meus próximos
 só tenho certeza que nesta noite
 com as minhas calças arriadas
 que os mesmos estão distantes

 Voltei a vestir aquele suéter surrado
 mas que até hoje todos os esquisitos elogiam
 Voltei a escutar aquela banda
 que descreveu os meus melhores momentos
 todavia, vendeu mais discos
 quando falou dos meus piores vividos
 e nem aquela maldita Caninha 29
 me faz esquecer da dor

 Há tempos aquilo que vejo no espelho
 já não me agrada
 por isso, perdi aquela mania
 de  encarar tal imagem em qualquer retrovisor
 mesmo estando abraçado com alguém

 Hoje sou apenas um esboço
 de três anos construídos
 Só mais um pênis que chora
 Só mais uma barba que não cresce
 Só mais um garoto que envelhece
 Só mais uma viagem cancelada


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Não reciclável

Ainda que as estrelas caiam do céu
 a felicidade irá me cortar em mil pedaços
 Sou fonte seca no sertão
 Sou desespero ainda quando acontece a paixão

 Escrevo nas paredes
 me lamento pelos peixeis
 que não comeram os bolos que deixei
 nem quando as luzes se apagaram

 São asas quebradas no verão
 pássaros soltos, mas com depressão
 Sol que na primavera
 apenas me atormenta
 Me pego sendo semi-vampiro
 sem a intenção de sugar
 todavia, sugado pelo tédio

 Me tornei vinho barato e vomitado
 comprado apenas por falta de dinheiro
 Gargalo sem rótulo
 Espelho embaçado no rosto
 Unha suja infeccionando a sua pele
 voz abafada que respira a poeira do seu armário


domingo, 18 de novembro de 2012


  Eu não consigo acreditar de que a tristeza veio me visitar uma vez mais. Após tantos conflitos, tantas viagens em meio ao inferno, tanta busca por um dia perfeito (muitos deles vieram), a mesma sempre acaba me ligando a cobrar, como se já não bastasse tudo o que eu apenas quero esquecer.
 A minha vida vem se resumindo a festas de que eu sempre me arrependo quando chega a madrugada. A tardes dentro de um quarto bagunçado, fedorento e com as paredes rabiscadas. Me pego curioso em saber da vida daqueles que eu apenas quero distância, e puxando até assunto pra me ver bem longe da solidão.
 Muitas vezes, me encontro iludido com mensagens as quais não são para mim, e faço papel de palhaço e escroto em meio a multidão.

 Tenho vontade de abrir as janelas e pular, pra finalmente sentir a pressão do ar e ter uma chance de

sexta-feira, 16 de novembro de 2012


 Já estou cansado
 de me ver correr pros lados
 procurar em meio ao escasso
 um motivo sério pra viver

 Quero ir pra longe
 aonde não tenha essas pessoas
 que se contentam com a miséria
 de ter dinheiro, de ter aonde ir beber

 Vivo morto na cidade
 sem perspectiva de felicidade
 de amor paramilitar
  de destino revolucionário

 Eu vejo de longe
 o sol nascendo
 mas, parece que o ar de liberdade
 nunca mais passará em meu rosto oleoso
 e assim me pego
 correndo pelas paredes
 riscando nomes
 fazendo listas e me masturbando
 com prazeres que na verdade não são meus

segunda-feira, 12 de novembro de 2012


 Juro que tento lhe esquecer
 Caminhar pelas ruas
 e nunca mais esperar te ver

 Meu coração apunhala
 quando percebo que a cada segundo
 está mais distante de mim
 e que no seu mundo
 não há lugar para um coração
 sem família, sem abrigo e sem amigos

 Saiba, então
 que desta vez definitivamente estou indo
  não espere mensagens
  não espere declarações
  a carne de meu peito
  já perdeu o prazo de validade

http://www.youtube.com/watch?v=hgjroWyq8Ko


" Sinto que lhe dizer
   que seja melhor assim
 E que talvez o seu mundo
 não tenha lugar pra mim
 Já perdi as contas de quantas noites passei
 dirigindo sem sentido
 pensando o que lhe dizer
Que morri, e que não precisa se preocupar
 porque nunca mais, vou me rastejar
 por estar perto de ti".

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

No centro do lixão


 Talvez, seja paranoia ou questão de tempo, mas parece que todos estão andando para frente e eu ficando para trás. Todos estão com planos, uns indo para a faculdade, pra um cursinho e até indo estudar em outro estado ou país, e me vejo aqui sem sequer nenhuma perspectiva, sem saber como erguer os pedregulhos. Me pego rebitando a minha jaqueta, costurando patches na calça e ouvindo música que ninguém consegue escutar. Encontro-me desempregado, solteiro e com amigos comprometidos, e eu aqui rodando de bar em bar, pagando a cerveja com o dinheiro da minha mãe.

 Todos os planos que ocorreram há três anos foram incorrespondidos, substituídos pela diversão, pelo caos e por um único desejo "ser feliz", e a felicidade aonde se encontra? rs

Tantas decepções... Tanta gente imbecil...
Nenhuma perspectiva... Não vejo uma saída...
A depressão me consome e nada para mim
faz preencher o vazio de meus dias...
E nada na vida me dá razão para seguir em frente...
Nada que eu tente fazer nunca vai dar certo.
Nunca vai ser diferente...
Nunca consigo o que quero.
A depressão me consome.
Tantas frustrações... não há como contar.
Tantas desilusões... tantos fracassos


sexta-feira, 2 de novembro de 2012


 Estou cansado de dar chances
 de esperar acontecer
 de ver o dia amanhecer
 e consequentemente envelhecer

 Enjoado desses beijos falsos
 desses amigos carrascos
 e dessa extrema distância entre os bons

 Antes vomitava arco-íris
 agora, vomito óleo de carro
 misturado com "água suja"

 Estou cansado de virar noites
 com um copo em uma mão
 e um cigarro em outra

 Exausto de me entristecer
 e ficar andando pelas ruas de meu bairro
 sem sequer saber o porque
 Dirigindo talvez um filme dramático
 ou aproveitando sexualmente dos meus passos
 para não me sentir só

terça-feira, 30 de outubro de 2012


 Sinto que está tudo bagunçado, fora do seu lugar, da sua ordem e da sua conveniência. Aqueles que eu gostaria que ficassem aqui pra sempre, estão indo embora aos poucos. Aqueles que eu não queria ver nunca mais, tinha escrito textos dizendo "adeus",  estão voltando. E a vida acaba sendo o tempo todo essa coisa contraditória e infernal.
 Mais um ano está se acabando. Mais um ano sem algum feito "plausível", desenterrando a cada dia aquele "loser" que vive dentro de mim. Mais um ano sem alguém para desabafar os sentimentos, encher de beijos, escrever cartas, poesias e mostar novas músicas. Mais um ano em que a solidão tem me mostrado os seus golpes picarescos.

 " Você tem que fazer a barba. Colocar roupas limpas. Sair para procurar um emprego. Passar de ano. Tentar uma faculdade. Arrumar uma namorada. Parar de ouvir músicas depressivas. Esquecer o que se aprendeu nos livros e nos discos. Correr atrás dos seus sonhos. Telefonar pro seu irmão. Telefonar pro seu pai. Ir visitar o seu sobrinho. Ir visitar a sua avó. Emagrecer. Tomar um sol. Praticar algum esporte. Ir pro Muay Thai. Telefonar para os seus amigos. Pedir desculpas. Correr atrás. Parar de ser você".

 São estas cobranças que me matam, me deixam pertubado. Queria sim encontrar alguém que me faça acreditar de que a vida valha a pena, afinal, a maioria dos dias da minha semana ou dos meses, ou dos anos são completamente irrelevantes. Fico observando aquele povo escroto da escola, mau-vestido, mau-perfumado, mau-vivido, mau-amado, todavia sempre com um sorriso no rosto. Por que diabos estes demônios sorriem? não há motivo algum pra ter tanta felicidade. Não existe inteligência e noção de vida naqueles porcos. São sorrisos falsos. Sorriem por causa da migalha que é distruibuida e rotulada como "ensino", e pelos míseros vinte minutos de intervalo pra ficar com seus "amigos".  É impossível ser feliz ou sorrir tendo uma história de vida tão miserável, afinal pelo menos pra mim  foram 11 anos sendo massacrado e obrigado a sentar e calar a boca.

domingo, 28 de outubro de 2012

Tão decadente, e tanto faz...

'' Tem vezes que os dias passam devagar...
   Você age como se estivesse drogado
   Anda pelas ruas, sem o menor sentido
   Gasta toda a sua energia
   Disperdiça o seu entusiasmo
   Isto ocorre praticamente o dia inteiro

  A vida ultimamente tem sido como uma tentação
  Sente-se mal ao estar no cemitério
  O cheiro de corpos com mais de cem anos, torna-se insuportável
  Mas mesmo assim, você volta para lá, querendo ou não
  Torna-se um viciado naquele cheiro
  Que entope o seu nariz e tira sangue de sua garganta

  Na verdade, só alguns meses se passaram
  A barba está só um pouco falhada
  Os dentes tem sido escovados
  Não tenho tanto cabelo assim, para pentear
  
  E a sede?
  E a fome?
  A gente mata com aquilo que não aconteceu
  Ou com arranhões indesejados

  Encontramos um jeito de suportar o sol
  Somos semi-vampiros com o desejo de sentir
  Apenas flores viciadas
  com medo de serem regadas".
 



3 de fevereiro


 Já fazem quase nove meses
 de que os dias deixaram de ser perfeitos
 o sol apenas aquece o meu corpo
 mas, faz da minha alma um gelo

 Ainda tenho coisas pra te dizer
 histórias para lhe contar
 sabe, eu passei por alguns amores
 só que aquela coisa meia vazia
 sentia falta de algo
 sentia falta de você

 Mas, eu continuo aqui
 vivendo um outubro vermelho
 com os mesmo amigos
 as mesmas músicas
 e as mesmas poesias
 Quando vem,  para nós ouvirmos novamente aqueles discos?

 Entre muitos amores
 nenhum pude chamar de amizade
 não quis mais nada além de beijos
 declarações e abraços
 Agora do seu caminho
 basta um aperto de mão
 e posso me dar por feliz

 Por hoje eu sorrio
 pra trazer paz e um pouco de sorte
 sei que estás tão longe
 mas, torço para que realmente exista um Deus
 para me trazer de volta os bons amigos
 e afastar os reciclados

domingo, 14 de outubro de 2012



 Sem crenças de um sol
 que não atormente
 e de um frio
 com alguém que me esquente


 Se o problema é o outro
 me desfaço de todos
 mas, não posso me doar

 A solidão
 em seus infernos
 até que nos aproxima do céu
 mas, quando bate a saudade
 alguém com um whiskey
 um rum, um charuto
 vem me visitar
 E isto não é nada bom

 Quando se tem felicidade
 não a buscamos em nada material
 ou químico
 Se nós a temos
 conseguimos enchergá-la nas flores
 dançando valsa  no vento
 cantando nossa música favorita
 tendo como instrumento
 o barulho da chuva
 Pois, para quem é feliz
 a natureza já nos basta

quinta-feira, 11 de outubro de 2012



 Eu acordo tarde
 Durmo tarde
 mas, começo a viver cedo
 Estranha forma de sentir prazer
 (só que não)

 Não há tempo melhor
 para começar a beijar
 a amar e a transar
 quando se é um mero garoto
  Na verdade, não há nada melhor
  do que ser um garoto
  pois, a idade veta muitas das preocupações
  tendo tempo somente para AMAR!

 Não cresci escrevendo poesia
 para comer meninas
 para mostrar pra professora
 e muito menos para ser FA-MO-SO
 E sim pra colocar em versos
 sem sentido algum
 todo desabafo de como é prazerosa essa dor
 de ser feliz, e como cura da doença
 ser infeliz

 Meus caros, vão todos se foder
 e se virem tal escrita em algum livro
 fanzine ou folheto
 por favor, rasguem
 e deixem que o vento leve cada verso




domingo, 7 de outubro de 2012


 Um grito guardado para a Revolução
 Uma cabeça sangrando de tanto guerrilhar
 e pensar e se torturar com a triste verdade humana

 A cada passo desta guerra
 e cada bala disparada contra o inimigo
 é uma lágrima que escorre das pálpebras
 causada pela mordaça do calor das fábricas

 Somos todos frutos
 de uma desgraça histórica
 Enganados a cada propaganda
 feita pelos porcos da televisão
 que bem no fundo
 fazem um apelo para não serem bombardeados

 Você que tem medo da guerra
 Você que é tão hipócrita
 e justifica isso com pacifismo
 também é um grande colaborador
 para o sustento dos chiqueiros

 Mas, um sonho de Liberdade
 ainda se passa nas caminhadas desse sol tortuador
 E o ódio que nos faz estrassalhar aos reacionários patriotas
 é mais sangrento e vitorioso
 do que os gritos de votos
 dados pelos parasitas

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

"Agora, mais do que nunca: TOSCO TILL DEATH".



  Com bandas do gênero agressivo e rápido, o Hardcore, jovens expressam a sua raiva contra a opressão e repressão do sistema pseudodemocrático cujo o modelo econômico é o Capitalismo. Geralmente, são músicas que duram não mais do que dois minutos, mas que marcaram toda uma geração amordaça. Logo, o Punk surgiu para subverter a ordem que sempre existiu na música, inclusive no Rock N’Roll. 

 Marcado por ser a música dos jovens rebeldes da década de 50 e 60, o Rock ainda não era o suficiente para ser feito por pobres e de pouca formação musical. Com os clássicos da psicodelia como: “Pink Floyd”, Uriah Heep”, “Kansas”, ”Cream”, “Deep Purple”  e  “Jimi Hendrix” notamos o quão complicado eram  as músicas para serem  tocadas,  e também o padrão social em que essas bandas viviam. Bandas que até nos tempos atuais são capazes de lotar estádios, e que os ingressos são extremamente caros, tirando a possibilidade até mesmo dos jovens conhecerem os seus próprios ídolos.

 O Punk Rock  tem como referência de surgimento o ano de 1977 em países como Inglaterra e Estados Unidos, mas músicas de bandas como “New York Dolls, “Dust”, “The Stoogees” e etc, influenciaram no gênero, por serem rápidas, muito fáceis de serem tocadas, caracterizadas pelos integrantes  utilizarem em demasia “drogas ilícitas”, e também por se vestirem de forma que saísse do padrão sexual e moral da época, assim o Punk Rock passou a ser rotulado como música de jovens que se vestiam de caráter “sujo”. Até então, a política e a ideia de um movimento que denunciasse o preconceito em relação aqueles jovens que faziam  absolutamente o que tinham vontade, ainda não era discutido, então, o Punk era apenas uma tribo-urbana sem fins políticos.

 Mas, uma verdadeira obra de arte estava por vir, em mais ou menos 1978 um grupo de Punk qualquer lança o seu primeiro e único EP, com o nome de “Never Mind The Bullocks”, a banda se chamava Sex Pistols. As letras deste disco fazia uma forte crítica a Monarquia de revista que era a Inglaterra,  como “God Save the Queen” e “Anarchy In The U.K”. Graças a estes hinos, o Punk tomou um rumo diferente e passou a ser visto como uma característica na história da Inglaterra, e também passou a ser  tido como um “Movimento Político”, pois a juventude se identificou  (mesmo o Sex Pistols sendo uma banda com fins lucrativos) e logo foram surgindo bandas  com temáticas muito mais diretas e mais aceitas do que o próprio Sex Pistols, pois anos mais tardes a banda foi tida como “traidora”, e nisto nasce a “cena independente” afim de fazer   da música algo extremamente político e de posição anarquista, e sem a necessidade de ter uma formação musical ou acadêmica.  

No Brasil não foi diferente, em especial nas cidades de Curitiba, São Paulo e Brasília. Jovens compravam discos importados como: “ New Rose – The Damned”, “Never Mind The Bullocks-Sex Pistols”, “ London Calling – The Clash”, e ao mesmo tempo liam obras de autores, filósofos e cientistas para fundamentar vossas posições políticas, mesmo muitos dizendo que naquela época as pessoas não tinham muito embasamento político.  Em Brasília por exemplo, mesmo muitos dos punks sendo de famílias de classe média, defendiam com unhas e dentes o anarquismo, e um desses jovens era Renato Russo, o mesmo era tido como referência para estes jovens em questão musicais, políticas e literárias, apresentava para todos eles discos e livros, além disso era o mais velho dentre todos eles. Renato Russo, também tinha uma banda de Punk Rock, o nome era “Aborto Elétrico”, uma expressão raivosa contra a ditadura e o moralismo que acontecia na década de 70, principalmente em São Paulo e Brasília. Obviamente as músicas do Aborto Elétrico  falavam da repressão policial, da burguesia e os padrões que tinham que ser seguidos principalmente por muitos deles serem filhos de militares ou diplomatas, músicas como “Fátima”, “Veraneio Vascaína”, “Que País é Esse?” e “ Geração Coca-Cola”.

 Nos subúrbios do Estado de São Paulo, as bandas eram ainda mais raivosas e muito próximas do movimento artístico e filosófico, o “dadaísmo”. A maioria dos jovens punks eram de classe baixa e trabalhavam como office-boys em pequenas e grandes empresas, alguns já estavam com o seu destino traçado, seriam para todo o sempre “proletários” de fábricas, e nisto eram filiados a sindicatos de orientação trotskistas, e em plena ditadura e censura, esse tipo de envolvimento com a esquerda e de forma tão direta era simplesmente estufar os peitos para os batalhões da PM. 

As principais bandas de São Paulo, era “ Restos de Nada”, “Garotos Podres”, “Hino Mortal”, “Olho Seco”, “Inocentes”, “DZK”, “Cólera” e “Ratos de Porão”, todas com letras para os ouvintes,  até mesmo “roqueiros”,  eram imundas assim como os integrantes das bandas e admiradores da música (os punks). O Punk, ficou conhecido em São Paulo, então, como “Expressionista da Poesia dos Subúrbios”.

Hoje, no século XXI, a luta pelo ideal anarquista e a união antifascista dos punks permanece pelas ruas. Em todos os lugares vemos pichações de coletivos de extrema-esquerda, todos influenciados  pelo Hardcore e pelo Punk Rock. Vemos andando pelas ruas do Centro, jovens com seus moicanos erguidos e suas jaquetas com frases de impacto esquerdista, com caráter intelectual ou palavras rudes. E há quem diga, que o punk pode ser comparado a aids, pois só deixa de existir após a morte.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Tudo é dor... e toda dor, vem do desejo de não sentirmos DOR (clichê)


 "Dissestes que se tua voz
Tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira..."

 Sim, faz muito tempo e eu não pensava que um dia voltaria a escrever ou até mesmo falar sobre isso.
 O ano de 2010, foi o ano mais conturbado em toda a minha vida, parecia que aquele filme triste e mudo nunca mais iria acabar, eu dormia no meio do filme e quando acordava ainda estava passando a mesma cena de quando estava acordado. Minha vida era um niilismo por causa de uma única pessoa, sem aquela, não existia um motivo pra viver, pra andar na rua, pra ter amigos, pra ir viajar ou conhecer um novo livro ou  uma nova banda. Todos os dias tinham gosto de puro sal.
 Mas, percebi depois de um ano que quanto mais a gente vive, coisas boas e ruins vão acontecendo. Quase todos os dias de um único ano podem ser pura rotina, mas, a coincidência faz com que nós tenhamos pelo menos três dias de um único ano felizes.
Só que hoje, dia 04/09/2012, ás 04:02 da manhã, resolvi fazer a retrospectiva de minha tristeza há dois anos atrás. Me lembro como se fosse ontem, deu andando pelas ruas de meu bairro, procurando um rumo, procurando alguém numa noite fria e vestindo  um suéter surrado. Procurando uma maneira de ressuscitar o que tinha acontecido há quatro meses atrás. Tentando pelo menos exacerbar a minha dor ou protestar um pouco mais sobre o meu ódio. Parecia que tudo estava perdido, e que nada de interessante dali pra frente iria acontecer, sendo que eu tinha apenas 16 anos de idade, estava desempregado, estudando em uma escola que não me dava uma base interessante e "não conhecia ninguém".  A única coisa que eu sabia era escrever, foi o ano que eu escrevi as minhas melhores poesias,  por sinal, mas, muitas estavam guardadas dentro de uma pasta, creio que um belo dia minha entrou no meu quarto, mexeu nas minhas coisas e leu aquele monte de desgraça e jogou fora.

 Resolvi escrever sobre o ano de 2010, pois há uma semana, eu estava em minha mente dizendo como que a minha vida era lamentável, imprestável, e depois de sábado percebi que aquilo que eu estava vivendo, naquele exato momento, era o que eu mais desejava em uma noite fria de um sábado de 2010. Estar cercado de várias pessoas que por sua vez me alegrassem e me matassem de rir, com uma cigarro e uma latinha de cerveja. Percebo, então, o quão ingrato sou com as minhas próprias conquistas, após tanto sofrimento, e cultivado tantas as vezes o tédios dentro de um único ano.

"Este mundo não merece a nossa tristeza
e se é a vida não há porque deixar de ser"

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O Dia em que o Ego e o Amor andaram de mão dadas


 Felizes são os podres de coração
 pois, a tristeza é tão indiferente
 quanto qualquer outra criança morta em um dia de verão

 Doentes são estes que sentem amor
 e passam por tolices que se referem a um outro
 cultivando a cada dia uma dor

 Verdadeiramente vivos
 são estes que matam o outro com palavras
 mas, garantem que nunca mais em suas vidas
 serão carpetes para não sujarem o chão da sala

 O que faz de um ser humano
 um ser belo
 Jamais será o seu sorriso
 mas, a arrogância em seu olhar

 Desprezo merecem os que morrem de paixão
 e glorificados devem ser
 os que não moveriam uma gulha pela felicidade alheia
 Provando por mais uma vez
 que a inteligência é viver apenas por si só

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Suicídio que Ressuscita



 O nosso clima está tão vazio
 e parece que não vai voltar
 está tão distante daqui
 me faz vassalo triste ao observar o luar

 Domínios mentais
 Vício de querer estar feliz
 e perder o equilíbrio uma vez mais
 Classe de amor que nos arranca da vida

 Por hoje as estrelas
 são lágrimas que caem do céu
 e o sol que um dia me pareceu o amanhecer de vitória
 é a panela de pressão que cozinha a memória

 Feito livro de capa amarelada
 assim está se fazendo a nossa história
 Escrita por um autor alcoolizado de paixão
 morto de desgosto ainda jovem
 que depois de dois anos ainda chora debaixo da terra

 Os pombos cantam a música do momento
 Maldita sinfonia que nos atordoa com a neblina misturada ao sol
 Penas da cor das flores que roubei para ti, estão pelo jardim
 e mesmo com o portão aberto,
 ninguém entra, pois, sabem que só nos podem roubar a solidão

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

É cedo pra não lembrar que o plano era ser feliz

 Eu arrumo oportunidades
 para pronunciar o seu nome
 Tento girar os girassóis
 no sentido do sol

 O tempo passa
 os dias são tão comuns
 Fico imaginando quem está ao seu lado
 e contemplando as lembranças de nós dois em frente ao lago

 Ninguém pode acreditar
 nas canções que escrevo na solidão
 Uns dizem que são tolices
 e que as minhas rimas são baratas
 Vem aqui comigo e me ajuda a encontrar uma rima rara, então

 Me ajuda a entender também
 porque o tempo nos espanca e faz a nossa nascente secar
 Diz pra mim porque sempre recebemos
 apenas um punhado de felicidade a cada ano
 e o resto dos dias são tão entediantes

 Te juro, meu amor
 com juras impagáveis
 Sacrifico minha dor
 por você e por dias mais amáveis

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Dor, não me arranca da vida


    O coletivo  “Brigada Antifascista” vem  realizando manifestações quase todos os meses.  O nosso intuito é o incentivo do autopolitizar do indivíduo, que ele ganhe consciência de que o mesmo está sendo enganado pelas imposições sociais, pela mídia e por partidos pseudo democráticos que no fundo pregam a intolerância da simples arte de querer ser o que corresponde a essência de cada ser humano.  Acreditamos que o indivíduo tem como obrigação aprender a lidar com os diferenciais, seja cultural, religioso, étnico, sexual e etc, cada um sabe muito bem o que realmente traz a felicidade, por mais que ela aparente  ser inatingível, e a certeza que nós temos  é que não a encontraremos em meio a tantos padrões crus e imprecisos que seguimos desde quando nascemos.

 “ O ser humano nasce bom e a sociedade o corrompe” assim já dizia Rousseau. A primeira sociedade em que o homem tem contato é com a família, nela o mesmo adere aquilo que chamamos de “caráter”, cada um de nós (por mais que se passem os anos), acabamos carregando alguns traços de pessoas que nos acompanharam desde o nosso nascimento, seja um hábito na dicção das palavras ou um gênio forte. Mas, tem coisas que podem ser bem mais influenciáveis do que os próprios pais, e essa influência  é a sociedade a fora. As ruas cheias de propagandas que apoiam um certo modelo econômico. Revistas nas bancas de jornais com imagens de seres humanos acéfalos que expressam em seu corpo um padrão físico, promovendo uma doença narcisista. Rede de televisões que apenas faturam com a desgraça que ocorre mundialmente. Fascistas que perguntam o sentidos dos seus passos, e pregam o temor e o medo, para assim  manter a ordem. Igrejas que fazem promessas, usufruem da desgraça alheia, para assim faturarem e beneficiar mais ainda aqueles que já não precisam de mais nada, só de um pouco de bondade no coração.

 Companheiros, já estamos atordoados dessas mentiras e desses parasitas que sugam a nossa alma enquanto estamos em busca de uma vida melhor. Já estamos esgotados de tanto lixo nos córregos de nossa mente com essas propagandas baratas, mas, que enganam tanta gente. Então, vamos pegar as nossas armaduras, juntar nossas armas e lutar contra todo este apelo moral que vem nos reprimindo e oprimindo desde o início dos tempos. Vamos sair pelas ruas e declarar um ESTADO ETERNO DE FELICIDADE.

terça-feira, 31 de julho de 2012


 Destruo a minha vida
 Desdenho os meus sonhos
 Me rastejo até você

 Será que um dia irei me aposentar da auto-destruição
 ou continuarei suicidando o meu orgulho pessoal?

 O amor tem parecido dois trigres me devorando
 um trigre arranca o meu coração
 outro arranca o meu cérebro
 mas, sentem náuseas com o amargo da carne
 e vomitam exatamente da onde tiraram

 Quando as luzes se apagam,
 logo me esqueço daquela que se mantem acesa
 Entro em desespero, amaço a minha fé
 e taco fogo em tudo que restou
 Nasce uma luz que além de iluminar
 queima a minha alma

 Assim os anos vão se passando...

quinta-feira, 19 de julho de 2012


 Ultimamente tenho me sentido bem triste e entediado com essa rotina de "não fazer nada". Os dias tem passado cada vez mais rápido, e não consigo ver um rumo para seguir, essa fase de exército, desemprego e escola está acabando comigo. Infelizmente a ausência do dinheiro faz com que eu fique dentro de uma bolha, sem muito acesso a cultura, e a cultura que eu falo é a de poder sair, pegar um ônibus, ir para um lugar diferente ou que eu simplesmente goste.
 Até o final do ano passado, eu tinha muita gente para contar nesta vida. Tinha muitos amigos para sair. Tinha namorada. Conforme entramos em 2012, as coisas foram sumindo com o tempo, como naquela música que diz " As folhas caem com o tempo, e tentamos fingir que nada mudou e nunca irá mudar". Em uma das minhas últimas postagens neste blog, tinha dito sobre as pessoas que saíram da minha vida e que ontem, não saiam da minha casa. Hoje em dia, ninguém vem até aqui me visitar, as garrafas de bebidas são do ano passado e o tédio tem me consumido na maioria das horas de cada doloroso dia em que por algum motivo tenho acordado cedo.

 [...] Tantas coisas pra dizer.
Tão pouco tempo pra esperar.
Num piscar de olhos tudo se vai.
O que hoje é, amanhã nunca mais.
Os dias vão dançar.




terça-feira, 17 de julho de 2012

Já não sei se restou algo no ar



 Em Julho a neblina veio me atormentar
 este vapor branco e frio nas ruas ás seis
 parece mais  a dança dos fantasmas viciados

 As lembranças dos dias de sol
 me fazem fitar embaixo das cobertas
 me amarram na cama e me tiram a coragem
 e a crença de que estes dias irão mudar

 O dia virou o meu Vampiro
 As pessoas nunca mais vão ficar tanto tempo
 maldito tédio que me consome
 todas as horas do meu dia

 Não sei porque é tão dolorido assim
 estes meses que vivenciamos todos os anos
 De simplesmente nos entristecermos com a ausência dos pássaros
 e das crianças que brincavam com os patos

 Hoje celebramos a morte das flores e das folhas nas árvores
 jogadas no chão, voando pelo ar atormentado
 enfeitando também o chão úmido da chuva
 que impede até de caminharmos pelas estradas

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Eu, Maior Inimigo do meu Amigo, Inimigo Eu


 A semana passada foi muito difícil, descobri o quanto posso ser um ser humano substituível para algumas pessoas. Por mais que tenham se passado os anos,  permanente na vida de muitas eu já não pude ficar. Logo quando percebi isso, o meu impulso fez com que eu me desfizesse de tudo que poderia ter relação a elas, como deletar fotos existentes, excluir mensagens e jogar fora objetos pertencentes a elas ou que tenham vindo das mesmas. Confesso que algumas lágrimas escorreram ao ter tal atitude, pois, ao ler algumas mensagens, ver algumas fotos e até mesmo o contato com tais objetos eu relembrei de momentos que por elas, na cabeças delas, já não existem e querem seres humanos tão fúteis quanto tais. Talvez, eu nem aceite um pedido de desculpas, nesses meus 18 anos tão bem vividos creio que aprendi a ter resistência, ter amor e autosuficiência como princípio e não dar mais oportunidades para ser descartável. O que me tranquiliza, ameniza tal dor, é poder em minha mente mandar todos estes porcos falsos e oportunistas para o "inferno" ou mandar simplesmente enfiarem seus orgulhos caquéticos no meio do rabo delas, espero também que com suas crenças malditas de "bem ou mal" que elas sofram na mão de um demônio bem sujo e solitário, pois, seres-humanos de tal caráter imbecil e banal,  merecem a convivência com os mals e mais ainda o descarte dos bons, pois, se o ego desta escória é para ser inflado, que infle até explodir.

 "[...] Você diz que "Viver é aprender a pisar", que " Sempre foi assim e nunca vai mudar."
Então que se foda, não pense nos outros,
mas não espere ajuda ao gritar por socorro."


 Entre o final de Julho e começo de Agosto, eu junto ao coletivo "Brigada Antifascista", daremos início a 1ª Edição do nosso 1º Fanzine. A proposta é ser no formato de um jornal inspirado no "Jornal Antimídia" que era publicado há 10 anos mais ou menos, e que hoje em dia é o "Pest Zine". Sim, muita gente irá nos chamar de paga paus da "Antimídia", que nós não temos criatividade e que somos um bando de boyzinhos por colocar fanzines para serem rodados em uma gráfica. Acontece que ninguém aqui é rico, poucos trabalham e iremos fazer uma "vaquinha" pra fazer esse jornal, será tão bem feito que o mesmo poderia ser colocado a venda e tals, mas, iremos distribuí-los gratuitamente para qualquer pessoa que comparecer nos eventos organizados pelo "Brigada Antifascista" e pra  pessoas que pedirem  para nós, nada será cobrado, exceto se você fizer parte do coletivo (quando você assume um compromisso com o mesmo, não é mais que a sua obrigação dar uma colaboração com materiais, e ajudar  na sobrevivência de sua cena).

 Frequentemente o coletivo tem organizado manifestações, elas ocorrem praticamente todos os meses. No dia 4 de Agosto (sábado), irá acontecer a "Revolução dos Sutiãs", ideia proposta pela ativista Juliana que também é militante anarquista junto ao coletivo. No dia 1 de Setembro (sábado), irá acontecer o "Manifesto contra o Serviço Militar Obrigatório". Em ambos os manifestos, estaremos tendo a colaboração do Coletivo SHARP (Skinheads Against Racial Prejudice ou Skinheads contra o Racismo e a Homofobia), distribuindo panfletos que orientam sobre a cultura e a política dos mesmos ou orientando as pessoas nas ruas durante as manifestações. Não podemos esquecer também, da nossa grande colaboradora Jaqueline, que organiza todos as quartas no Parque das Árvores (Grajaú), o "Café Filosófico", inclusive nesta quarta-feira irá acontecer um especial na Praça do Pôr do Sol (Alto de Pinheiros), que também é organizadora de um Manifesto que ainda está em projeto, mas, podemos dar o adiantamento de que será em benefício a Educação, em breve aparecerão maiores informações sobre o Ato.


 Tenho um recado a todos os antigos ativistas "pré-socráticos"  que pensam ter o monopólio do conhecimento por tempo de rolê. Se você por acaso pensa ser o dono da "Verdade Punk", ter uma representação maior na cena por bater em não sei quantos "carecas/nazis" e não comparece aos eventos criados por nós, por simplesmente achar que somos "moleques" e não possuirmos capacidade o suficiente de organizarmos os mesmos, saiba que nós somos muitos, e também nos consideramos a "Juventude Antifascista", e também  consideramos você a "nova escória" e é um dos que iremos cagar na sua cara bem melado, pois, só em ouvir suas palavras tão sectárias, sentimos tal diarréia.




ALERTA! ALERTA! ALERTA ANTIFASCISTA! NÓS SOMOS A JUVENTUDE QUE LUTA CONTRA OS PORCOS NACIONALISTAS!

 


sábado, 7 de julho de 2012

Bolo aos peixes mortos



 Poeira nos cantos da sala
 já é hora de limpar

 Garrafas de bebidas vazias no quarto
 já é tempo de serem jogadas fora

 Livros na estante sem serem lidos
 já é hora de tentar encontrar o epílogo

 Eu grito para a minha sombra
 pois, a minha alma não consegue me escutar
 Releio letras de músicas antigas
 pois, não consigo encontrar a canção que me isentiva a lutar

 O silêncio é o único que se lembra de mim
 quando preciso ouvir uma palavra pra viver sem dar valor
 pra coisas tolas, infantis e viciadas

 O meu maior vício nessa desgraça
 é o de querer ser feliz
 em uma noite aonde muitos se embriagam
 Eu apenas queria um corpo quente pra abraçar
 e dizer o quanto é bom poder dizer:
 -Este mundo não merece a nossa tristeza!

 Mas, vem logo um amanhecer
 um pássaro cantando um Simbolismo
 e um garoto que só vê amor nas suas camisetas
 pois, falar de dor tem sido difícil

 Me dê outra bebida
 um vinho barato pra tentar esquecer
 essas pessoas que, só me mandam pro abismo
 e te sufocam de um passado de tanto que tentou fazê-las sorrir

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Sepultura dos Deuses

 São tantas cartas guardadas
 Tantas poesias escritas
 empoeirando no quarto escuro

 Uma maldita saudade incorrespondida
 Um anjo caído em São Paulo num dia de inverno
 Um beijo indesejado por medo da solidão
 Uma faca cortando os pulsos de uma criança

 É tão tosco como nos flajelamos
 por algo que jamais vai existir
 Nem fé, nem amor e nem cura
 Apenas a continuidade de uma rotina
 o cansaço e o clichê da televisão

 Não adianta comprar vinho
 pra se embriagar no amanhecer
 a tristeza não vai embora
 e o diabo vai sempre te dizer o que fazer
 como morrer, como esquecer
 o quão felizes podemos ser

 Sonhamos com nossos corpos
 abraçados em meio a multidão
 Nossas linguas molhadas
 entrelaçando na escuridão

 É impossível esperar por algo bom
 a campainha toca, o carteiro traz um pacote
 abre e se depara com um caixão
 Nada mais, nada menos
 do que a entrega dos seus coelhos brancos e mortos

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A Seguir II


  Os demônios rastejam
  Os deuses voam
  e eu não saio do lugar
 

  A rotina continua a me manipular
  as intrigas sempre voltam para me pertubar
  Saiam todos daqui
  malditos mosquitos gigantes
  que ficam zumbizando no meu ouvido
  quando eu só quero ser feliz

  Vivemos de discórdias pseudo-intelectuais
  nessa luta constante para ver quem é mais inteligente
  Não passamos de animais
  Quando dei por mim, já não passava de um ser humano doente
  
  Eu sou apenas um poeta tolo
  que escreve as tolice de seu dia a dia
  quem dera falar de um amor constante
  e tirar do meu léxico o ódio
 
  Desta vez, todas as plantas são do mal
  Infelizmente foram cruzadas com algumas cobras
  e suas raízes são envenenadas



 http://tramavirtual.uol.com.br/musica/tocar/174064/
 

domingo, 1 de julho de 2012

Maldito Desemprego



 É só mais uma porção de discos e livros
 espalhados pelo quarto escuro e abafado
 Mais delírios e ilusões
 cantados e escritos
 Gritados, escarrados e politizados

 Um monte de sangue na mesa dos bares
 mais um constrangimento por não ter centavos
 pois, um outro se ofereceu a pagar a conta
 mas, pouco nos informou dos juros que foram cobrados

 A vida vai seguindo em frente
 um emprego na mente
 caminhamos pelos dias descontente
 
 Beijos por semana
 Adeus todos os dias
 Preocupações a toda hora

 Bem vindas pedras na garganta
 fiquem a vontade quando quiserem ser vomitadas

 Qualquer hora pode me ligar
 irei atender e sussurrar
 dizer o quanto preciso te ver
 na merda de um sonho, não se pode crer

terça-feira, 26 de junho de 2012

A leitura da razão


 Parece que foi um livro velho sem capa
 que eu encontrei no armário do porão
 e as páginas que nelas  estava escrito o nome do autor
 tinham voado como pássaros mortos

Era uma história de amor
mais um conto de ilusão escrito por mais um tolo
na época em que o diabo tinha ido viajar

Termina o livro, ouço o barulho na cozina
uma garrafa de whiskey na mesa
a caixa de charuto caída no chão
Sim, ele tinha chegado de viagem
e estava muito exausto precisando se esquentar

Ele tirou os seus sapatos
o odor era inexistente
Era um nada
Tão inexistente quando a minha felicidade

Hoje eu não leio mais nada que seja aleatório
pois, eu não nasci pra viver dessas ilusões escritas por cristãos
e sim, da realidade escritas pelos infelizes
tendo como base um Machado em meu coração
e uma barata de estimação que dorme embaixo da cama


O divórcio da fé



 Nove horas da manhã
 tem uma neblina no quintal
 parecem fantasmas misturados e pertubados

 Um livro na estante
 não me parece tão interessante
 quanto remoer o que passou
 e esquecer o que virá

 Hoje as músicas estão tão tristes
 e querer não é mais poder
 só de pensar parte o ego
 partem os amigos e mais aqueles que nunca estão

 Uma passagem pra bem longe
 o desemprego não me deixar ter
 queria tanto pode te ver
 conversar e esquecer
 dessas gente que só quer ver
 a carcassa

 Minhas veias estão fechadas
 nem o ar para entrar
 e morrer e desistir
 desses filmes com finais felizes
 que faturam milhões
 e muita gente comprando corações

 O tempo passa
 não consigo mais ver graça
 em bebidas ou em cigarros
 dentes em meus pescoços
 e marcas amanhecidas
 já não me fazem mais gemer

 Unhas arrancam a pele das costas
 e o diabo vem me visitar
 Jogar conversa fora
 e dizer que está cansado de amar

 Todos nós somos demônios
 sem cabeça, mas, com coração
 Mals são aqueles que crêem
 e só perdem tentando encontrar a razão

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Trabalho sem registro


 Hoje o sol se pôs
 as flores estavam limpando suas lágrimas
 Todas as crianças estão de férias
 brincando na areia da praça ou escorregando no escorregador

 Que tal sairmos?
 Tomar um sorvete ou ver os patos na lagoa
 Nos abraçarmos, pois, o sol arrumou um bico
 e hoje podemos colocar uma roupa mais leve

 Preciso te ver
 mais um dia, ou mais uma noite
 lembrar do seu sorriso dói
 pois, estás tão distante...

 Escuto nossa música
 que fala de amor e drogas
 lembro de você, batendo a perna e mexendo os ombros
 no rítimo da canção que é tão triste, mas, fala tanto de nós

 Esqueça um pouco essas pessoas
 Vaidosas e egocêntricas
 gastam tanto com o padrão
 mas, nem sequer pagam um transplante de um novo coração
 para serem mais felizes, e perceberem que o dinheiro
 não é mais necessário do que ter alguém pra falar
 coisas bonitas e depois deitar na grama

 Vamos aproveitar esse sol
 pois, todo bico é temporário
 e o frio vai voltar em alguns dias

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Currículo para um novo emprego (ou carta ao verão)

 Eu olhei pro céu
 e ele estava sem sol

 Eu olhei pra lua
 e ela estava triste

 A Lua e o Sol
 infelizmente estão separados
 A Lua tem trabalhado demais
 e o Sol não está na sua época de aparecer
 Para o Sol só existe trabalho temporário
 na época do verão

 O que nos resta é nos trancarmos no quarto
 ligar a tv e assistir um destes seriados
 aqueles em que os felizes são ricos
 e o amor é sempre um tanto sangrento
 Está chovendo muito ali fora
 não queremos morrer e não vermos o verão do ano que vem

 Falta muito tempo para o verão
 as coisas estão indo  lentas demais
 um sorriso falso já não me motiva mais
 e para um novo amor eu já não me sinto capaz
 Te esperarei até as nove
 caso você não apareça, por favor, durma em paz

domingo, 10 de junho de 2012

Bares da Felicidade

 As vezes eu acho que sou muito mais feliz
 quando estou sem fazer a barba por semanas
 e também estou bebendo em meio a escrotidão

 Muito mais feliz do que uma pele delicada ao meu lado
 do que um odor agradável na minha cama


 O cheiro de urina no banheiro dos bares
 pelo menos não me causa depressão ou más lembranças
 Pessoas esbarrando em mim pelo grau alcoólico
 não destroem o meu coração ao contrário de alguns abraços

 Brigas dentro dos bares nunca mancham a nossa consciência
 e dificilmente nos deixam magoados
 Na outra semana é mais uma noite de felicidade
 Mais um dia de sorrisos e barbas por fazer

 Gastar seu dinheiro suado com cerveja
 é muito mais satisfatório do que pagar
 um cinema com um filme de comédia romântica

 Um final de semana com seus amigos no bar
 é menos deprimente do que sair e namorar
 pois, eles sempre estarão lá pra te apoiar

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O Cemitério dos Vivos



 Apenas chove dentro do túnel
 Atrapalha os carros que em casa querem chegar
 e as mulheres que querem alguém para abraçar

 Todos os dias acontece pelo menos um acidente dentro deste túnel
 Sempre alguém vai embora ou perde um membro
 Acontece todos os dias, em todos os lugares
 Não importa a música que está tocando
 o momento que está vivendo

 Os acidentes fazem parte da nosso rotina
 A morte vos acompanha em cada colina
 até nas paisagens mais belas
 imagine nas mais tristes

 Levam para o céu aqueles que mal algum fizeram
 Mandam ao julgamento os que tem dívidas
 Deixam na terra todo o mal que poderia existir

 O túnel é um caminho de reflexão
 um reflexo de decisão nos dias de chuva
 Este trânsito além de lhe entediar
 deveria te acalmar
 pois, talvez seja a única oportunidade que você tem
 para realmente pensar

terça-feira, 29 de maio de 2012

Alienação Pedagógica

  1. A manipulação do Estado inicia-se nas escolas, quando o aluno é obrigado a cumprir uma carga horária de 6 horas diárias e também é submetido a estar preso a cadeado como se fosse um criminoso, como se houvesse cometido o assassinato de uma família burguesa. Levando em conta ao ensino o qual muitas vezes é precário, o aluno torna-se então, marionete de marionetes, com discursos reacionários de professores em que muitas vezes são despolitizados e extremamente antiéticos.
  2. Fazendo uma análise, não há direitos claros para os alunos na maiorias das escolas financiadas pelo Estado, principalmente em escolas próximas de periferias, aonde nem o Grêmio tem o direito de promover uma Manifestação que vá contra a administração, quando também os alunos não tem o direito de promover uma eleição de Grêmio, pois, a administração nota que será prejudicada dependendo dos alunos que estiverem cumprindo funções dentro da chapa. Então, mais uma vez a administração com suas fardas de grifes e seus cassetetes de apelo moral agridem o estudante, principalmente o do Ensino Médio, preparando o mesmo para ser um operário que irá cumprir horários absurdos, como uma jornada de 9 horas diárias e recebendo um pouco mais de um salário mínimo, pois, o Estado não distribui pão para matar a fome, mas, migalhas para disfarça-la.
  3. A princípio que tal começarmos a reagir verbalmente em cada escola pública? Com argumentos bem elaborados e a Constituição em mãos, para que não mais sejamos agredidos pelas marionetes administrativas e pelos professores moralistas (claro, existem as exceções), e notem que não somos cães para nos impor vontades absurdas, mas, compreendam que se um fascista tem a voz alta, uma plebe pode fazê-lo mudo. Caso a reação verbal não tenha sucesso algum, nós poderemos reagir pela “violência” como na maioria das revoluções, só que os dedos deverão ser abaixados, mesmo que seja preciso utilizar a força física.
  4. Estudantes, não vamos mais temer aos designados pelo Fascismo, pois, eles são apenas um, mas, nós somos um milhão.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

O Desabafo



 São 03:15 da madrugada e eu estou ouvindo Contrane. Fico acordado até essa hora, pois, caso eu não o faça, não conseguirei levantar para ir assistir aula naquela várzea, e sim, eu sou infeliz por ter que ir naquela merda de escola. Não me considero uma pessoa sem cultura, todavia, me sinto emburrecendo naquela merda de Instituição de Ensino, as pessoas de lá fedem, não por não usarem perfume, mas, falta de sutileza e futilidade causam um odor do caralho.

Eu já imaginava que este ano a minha rotina não seria tão boa. Eu já esperava que a minha vida ficaria um tédio quando entrássemos no mês de Abril, e isso irá começar a melhorar, talvez, em Outubro/Novembro, quando estivermos um tanto próximo do verão. Até lá, se eu pudesse dormiria, dormiria e dormiria. Estou me sentindo péssimo, tanto mentalmente, quanto fisicamente. Me sinto enlouquecendo e ficando deprimido, me sinto engordando cada vez mais e envelhecendo precocemente. As pessoas estão notando isso tudo, e além de me aconselharem em algo ou guardarem para elas mesmas, elas fazem questão de vir com seus comentários inconvenientes, como se só elas fossem belas, como se só elas fossem legais o suficiente. A grande verdade, é que ultimamente, quero é que a maioria delas ardam no fogo do inferno. Desejo o mal para muitas delas. Anseio para vê-las perdendo-se e entrando em depressão, pois, poucos são merecedores da felicidade. Maldita NATUREZA HUMANA. Maldito os competidores de carcaças descartáveis.

 Um dia você descobre que está sendo esquecido bem aos poucos, e nada pode fazer por isso. Por mais que deixe as portas abertas. Por mais que você demonstre amor o suficiente para tais pessoas. Elas só passam por aquela porta se for para buscar algo. As pessoas só querem em suas vidas, os belos, bem vestidos e ricos. Bondade é só o duro do concreto, para o ser humano.


 " Felizes são aqueles que nunca existiram, pois, nunca sonharam em inexistir para conhecerem um paraíso".

domingo, 6 de maio de 2012

As cartas que eu não mando


Quinta-feira,  19 de Novembro de 1990

 Querida Lita, é um grande clichê, todavia, estou morrendo de saudades de ti. A vida está difícil aqui no Sertão, chove pouco, e está muito sol, como de costume. O dinheiro que eu ganho é com coco de cabra, eu colho e vendo no Mercado Municipal, pelo menos consigo comprar alimento, já que aqui eu não me preocupo muito com energia elétrica.
 Sabe, aquela vez que você veio foi muito gostoso, observamos o luar com cheiro de coco de vaca, mas, estava bom. Acredita que toda vez que eu sinto o cheiro de coco de vaca, eu lembro de você? é nojento, e pode ser até ofensivo para quem estiver lendo essa carta a não ser você, mas, só você sabe das nossas palhaçadas, e de como tentamos fugir desses padrões que as pessoas impõem sobre respeito. As vezes eu ligo o rádio, e lembro muito de você, poucas vezes tocam uma música que fala da gente, mas, toda vez que eu a escuto, eu lembro de nós, essa música se chama Maurício”, e é do Legião Urbana. Se lembra quando a gente ia para os bailes, e de repente tocava Geração Coca-Cola? Então, a gente pogava que nem louco ao ouvir essa música, e as pessoas morriam de inveja, pois, ninguém agitava como a gente, só nós do baile íamos para sons de punk rock. Lembra também quando tínhamos uns 13 anos, e trocávamos  figurinhas de um álbum do “sistema solar”? tinha uma página que era para completar o sistema solar, e as outras mostravam alguns deuses, algumas coisas de astrologia, e como era o signo em sua forma física. Foi aí, que começamos a ficar horas no quarto, falando sobre as qualidades e defeitos dos nossos signos. É inverno em São Paulo, e o seu signo talvez não combine tanto com esse tempo, mas, espero que você arranje alguém para te aquecer nesse frio que é infernal.
 Lita, você sempre soube que você é o amor da minha vida, mas, o meu signo sempre presou pela liberdade, logo, eu quero que isso seja recíproco e também ético. O meu amor, é o verdadeiro sentido do “amor platônico”, sua tolinha, e toda vez que eu vou para aí, ou você vem pra cá, a gente se diverte e mata as nossas saudades. Estava contando para um amigo que mora em um sítio aqui perto sobre o meu primeiro beijo, ele ficou horrorizado quando eu disse que foi com 12 anos, e eu ainda disse com o maior orgulho: - FOI COM A LITA!
 Estou juntando um dinheiro para ir pra São Paulo no final do ano, querida, quero assistir uma peça de teatro, ir para um som de punk rock, e ver o otário do Carlos. O Carlos é um cara que eu tenho uma forte admiração, os anos passaram e ele continua com o mesmo ideal, continua anarquista, e lendo os livros do Bakunin, mas, ele sempre ficou bravo por eu colocar os rebites de uma forma que ficassem alinhados.
 Lita, fique em paz nesse inverno infernal. Receba este disco que eu encontrei em uma pequena discoteca da cidade. Nele tem a música “Maurício”.

 Um forte abraço de um indivíduo que sempre te considerou e amou, Bill Ramos.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Algea

Quando colocastes suas mãos em mim
 não me avisastes que estavam tão frias
 Meu corpo estava quente, até então

 A crueldade está por toda parte
 Nos olhos mais belos da cidade
 Então, eu me perdi nos espelhos fixados por concreto
 e por vaidade me entreguei
 e de pseudo-amor me suicidei

 O pior suicídio é o de deixar de viver
 mas, ainda assim o seu pensamento estar a tona
 Não pensas em nada além de derrotas

 Os seios fartos e gelados
 estão por todos os cantos
 As unhas que te arranham e te enchem de prazer
 amanhã irão cortar a sua carne

 Minha vaidade me deixou cansado
 Mas, a vaidade do mundo tem sido tão potente

 O sorriso que tu destes
 tem sido as lágrimas que caem de minhas pálpebras

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Carta a felicidade


 A verdade é que eu me sinto muito cansado. Cansado demais para as mentiras que eu conto para mim mesmo.Cansado das pessoas que entram e saem da minha vida a todo segundo, talvez, ser só durante a vida inteira, seja uma boa certeza.
Queria ser um pouco "auto-suficiente", pelo menos me bastar, sabe? Quero acabar com essa minha vaidade de uma vez por todas, essa minha vaidade tem me deixado cansado, junto com este meu orgulho tosco e pobre.
 Esse vazio tem tomado conta do meu ser, e a única coisa que enche o meu coração são as mágoas, as feridas e todos estes demônios que circulam pela cidade de São Paulo.
 Quero também, venerar um pouco mais o tempo, que tal, CARPEM DIEM o tempo inteiro? Esse igual tem acabado com os meus dias. Os mesmos erros. As mesmas expectativas. As mesmas insatisfações.

 Felicidade, o dia que quiser me visitar, eu vou te buscar na rodoviária. Pode trazer quantas malas que você quiser, e espero que você não se importe de dormir no sofá da sala, até porque ele é mais confortável que a minha cama. Não esqueça, também, de trazer roupas de frio, pois, as ruas de São Paulo no inverno são muito frias, e também melancólicas. Traga um maço de cigarros, também, iremos precisar bastante.

" Me sinto tão só, e dizem que a solidão até que me cai bem".