terça-feira, 17 de abril de 2012

The Expectations

 Pela janela dos edifício eu a via passando. Tinha um olhar de auto-suficiência, segundo a minha subjetividade. Nos braços ela carregava um livro chamado "O Mundo de Sofia", e por baixo da camiseta quadriculada conseguia ver nitidamente o logo da banda britânica "The Smiths", logo pensei: - Auto-suficiência, filosofia e depressão, me traria um pouco de felicidade. Talvez, até me afastaria da carência.
 Tivemos em Novembro de 1997, o imenso prazer de nos conhecermos. Ela tinha olhos pequenos e míopes, unha roída  e voz nazal, logo, eu confirmei o quão perfeita era, pois, um atrativo para mim, é o simples fato de não se importar em atrair alheios. Fui inconveniente e logo disse: - O " The Queen Is Dead" está em casa, que tal ouvirmos essa semana?
 - Bem que eu gostaria, mas, combinei com os meus amigos de irmos ao Star Bucks. Nossa, como eu sou Capitalista, não achas?
 - Confesso pra você que mesmo eu sendo Punk, as vezes vou ao Burger King. Aparenta ser Capitalista, mais do que você que não assume nenhum tipo de ideologia, todavia, se formos analisar Karl Marx, o mesmo nunca julgou uma sociedade industrializada. Se nem Karl Marx o grande filósofo julgou a indústria,  por que eu deixaria de consumir o que me parece bom?
 - Nossa, que bom que você pensa de tal forma. Odeio as pessoas que são hipócritas e utópicas, a tecnologia  é uma evolução do homem, pra que destruí-la, não  é mesmo? O homem tem toda a capacidade de criar uma tecnologia que não seja prejudicial a natureza, também, como por exemplo "armar as árvores".
 
Eu ri  da compreensão e conhecimento, e mesmo ela tendo recusado o convite de ir até a minha casa, ouvir o clássico álbum da banda The Smiths, eu tive certeza que tanto o The Smiths, quanto o CRASS, seria a trilha sonora de alguma experiência entre nós dois, pois, eu notei  que se não tiver nenhuma expectativa, o melhor poderá acontecer, afinal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário