Por quase cem anos, enterro aquilo que foi um dia
Todos os dias, cultivo aquele túmulo
Limpo aquele cadáver, para não desossar
Engesso ou acimento, aquela catatumba...
Risco com galhos, sobre o cimento
Uma nova poesia que fale sobre o tempo
Não é querer voltar ao passado
Fazer tudo outra vez para reconstituir o que se foi
é valorizar aquilo que nos fez estar agora...
Quando aparecem as abaratas no túmulo
Não as mando irem embora
Cultivo muitas vezes...

Nenhum comentário:
Postar um comentário