segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

 Por quase cem anos, enterro aquilo que foi um dia
 Todos os dias, cultivo aquele túmulo
 Limpo aquele cadáver, para não desossar
 Engesso ou acimento, aquela catatumba...
 Risco com galhos, sobre o cimento
 Uma nova poesia que fale sobre o tempo

 Não é querer voltar ao passado
 Fazer tudo outra vez para reconstituir o que se foi
 é valorizar aquilo que nos fez estar agora...

 Quando aparecem as abaratas no túmulo
  Não as mando irem embora
  Cultivo muitas vezes...

Nenhum comentário:

Postar um comentário