sábado, 26 de fevereiro de 2011

 Eu queria vos pedir perdão
 por puxar as suas orelhas
 gritar para vossa senhoria
 e passar reto, por ti

Queria vos pedir perdão
 pelas vezes em que esqueci de vos alimentar
 e pela preguiça que tive naquele momento

 queria ter te ajudado nos banhos
 ter limpado o seu sangue
 e ter chroado nas horas do seu sofrimento
 na verdade, eu queria ter sido o cão
 e que deixassem minhas orelhas do avesso

(  Estes versos, foram escritos para o meu cão, chamado Teddy. Se eu for parar pra pensar, nunca fiz em minha vida, uma referência sequer, ao mesmo...)
Acho que algumas coisas me disseram tanto
que a realidade até afunda os ossos

Pensem tanto e disse tanto
que previ o futuro de todos
e não cultivei quase nada para mim
ás vezes, acredito que absolutamente nada

Queria que me pedissem desculpas
queria poder pedir desculpas
ou quem sabe, voltar ao tempo
e dizer para as flores que estavam a beira da morte
que a água pode ser cultivada
e que poderíamos beber dela juntos
 Não consigo ver mais o meu rosto
 Pois, o espelho está embaçado
 e isso machuca a alma
 aquela que infelizmente, todos veêm
 e isso dói
 é o mesmo de nossas células não terem tecido

 Um amigo disse que eu deveria esquecer
 então, eu respondi:
 - Faz parte de mim
um silêncio permaneceu, junto com a dor

 Achei que estivesse esquecido
 Por pelo menos umas duas horas
 mas, sempre voltam dentro de 24
 basta as minhas expectativas não serem correspondidas
 sempre lembrarei, de como foi um dia,  as coisas

 Sabe, o que mais dói?
 as pequenas coisas
 os pequenos gostos e cheiros
 os pequenos lugares
tudo aquilo, que é pequeno
 A lâmina que punhalastes em mim
 Agora, faz parte do meu dia-a-dia

Não houve mais o apego e o ''sim''
Apenas o medo, e o ''não''
Sei que não sentistes mais nada
nem lembrar direito, sequer...

Tome cuidado
Pois, a vida deixa muitas marcas
Muitas falhas e muitas voltas
um coração ferido
não é o mesmo que uma vida perdida
e uma vida perdida
não é o mesmo que uma vida não vivida

Eu queria viver, meu bem
Ter visto as estrelas e a manhã com mais facilidade
Não ter fumado nenhum cigarro
Queria apenas, viver o que eu tinha, meu mal

Talvez, o errado fui eu
 Em ter deixado o diabo entrar em minha vida
 me insentivar a tirar a do próximo
 e ter aceitado, o fato dos anjos ficarem ao teu lado
 não ter protestado, sobre o fato de que você também tinha errado
 Então, eu não mereci totalmente
 Esse escárnio, esse medo...
 e essa dor, que nunca mais vai sair de dentro

Pois, a faca era muito pequena
e nem os cirurgiões, conseguiram tirar

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Seus sonhos, são seus desejos

Vivemos em uma guerra permanente com nós mesmo.
Somos incapazes de ser felizes.
Não somos o que desejamos ser.
O que desejamos ser jaz oprimido...
E é justamente aí, diria Feuerbach, que se encontra a essência do que somos.
Somos o nosso desejo, desejo que não pode florescer.
Mas, o pior de tudo, como Freud observa, é que nem sequer temos consciência do que desejamos.
Não sabemos o que queremos ser.
Não sabemos o que desejamos porque o desejo, reprimido, foi forçado a habitar as regiões do esquecimento.
Tornou-se inconsciente.
Acontece que o desejo é indestrutível.
E lá, do esquecimento em que se encontra, ele não cessa de enviar mensagens cifradas - para que seus captores não as entendam.
E elas aparecem como sintomas neuróticos, com os lapsos e equívocos, como sonhos... Os sonhos são a voz do desejo.
RUBEM ALVES
 Por quase cem anos, enterro aquilo que foi um dia
 Todos os dias, cultivo aquele túmulo
 Limpo aquele cadáver, para não desossar
 Engesso ou acimento, aquela catatumba...
 Risco com galhos, sobre o cimento
 Uma nova poesia que fale sobre o tempo

 Não é querer voltar ao passado
 Fazer tudo outra vez para reconstituir o que se foi
 é valorizar aquilo que nos fez estar agora...

 Quando aparecem as abaratas no túmulo
  Não as mando irem embora
  Cultivo muitas vezes...
- Sabe o porque, de estar desse jeito, sem superação alguma?
- Porque és um derrotado, até na escola, no serviço, com as namoradas e com a sua fé inexistente...

- Lembra quando eu te disse:
   - Me siga!
- Pois é, preferiu colocar uma camiseta branca e ir caminhar naquele jardim cheio de poluição pela terra!

                                                                       (O seguimento de Flaubert)


 Sabe, eu pensei seriamente em começar tudo bem... diferente, positivista, com mais sorrisos e com a cara mais limpa, na verdade, está sendo completamente o contrário. Calças sujas, as mesmas camisetas e a barba por fazer... um rosto mais triste e cheio de olheras. Aquela cara de cansado e de satânico.
 O diabo, a cada vez tem me empurrado as noitadas, os cigarros e as bebidas para cima de mim. Tenho fumado quase todos os dias, não sei bem dizer o porque disso tudo, nunca fui a favor (não que eu tenha me tornado a favor...)mas,  o que é que está acontecendo? será que eu deveria nunca ter dito ''nunca''?

 Agora, o estudo tem me causado um certo tédio, não sei bem o porque... acho, que estou relaxando, ficando mais preguiçoso... nem as aulas de Língua Portuguesa, não tem me interessado tanto, sei lá, parece muito que eu fechei algumas janelas, e não quero deixar nada entrar... existe um demônio ou um espírito muito ruim, que não me deixa aproximar das pessoas da escola, existe um demônio que cala a minha boca, quando quero muito dizer algo... existe um demônio que me deixa sem argumentos.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

''Adorações de uma viola alheia II''

 Agora, só sei que esqueci de mim
 Plantei as sementes mais baratas
 Para poder ter dinheiro para vos ver
 E me diz, será que valeu a pena?

Esqueci de sacudir as toalhas
De lavar os cadarços
De dar a descarga

Desentupo agora, com muito suor
Essa privada cheia de pus
Cheia de cabelos que tive dó de dar descarga
 Pois, acreditava que aquilo era felicidade

Não vos ordeno que pare com essa psicodelia
Mas, sim, que não minta outra vez
Que não diga que jamais vai esquecer
Pois, sempre esquecerás.

'' Adorações de uma viola alheia''

 Eu me estraguei com os teus vícios
 Tive base por seus conhecimentos e histórias
 Copiei todas as suas manias e lembrava apenas da sua graça
 Da sua graça, tão sem graça

 Não pude dizer que foi o meu ídolo
 Pois, os nossos ídolos nos põe pra cima
 E nunca nos abandonam
 Pois, mesmo não os conhecendo, nós estamos sempre com eles

 Li todas as suas escritas
 Traduzi os seus poemas
 E soube sempre de maneira imediata o que virá para ti

domingo, 13 de fevereiro de 2011

 Talvez, eu tenha caminhado demais
 Tenha que parar pra descansar um pouco
 E começar a ir dormir mais cedo
 ou calçar um chinelo, e ir andar no parque

 Vamos, todos juntos para a estação abraçados
 Fazer um piquinique e esquecer do passado
 Ouvir as músicas dos hippies
 e querer só um pouco de paz

 Mas, o horário de verão está acabando
 Será que os sábados continuarão sendo os mesmos?

 São tantas diferenças e igualdades
 Que prefiro ficar por cima do muro
 Escrevendo um livro e analisando

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

 Estou me encontrando em uma fase um tanto diferenciada... com uma diferença, nada paralelizada, o incrível, é que sempre parece que eu já passei por tudo isso, que eu já assisti, tudo isso, possivelmente... parece que eu já tive, COMEÇO, MEIO E FIM, ou que eu só tenha tido meio, e que ninguém tenha descoberto a minha essência. Se realmente, eu não tenha tido essência, e tenha que viver tudo novamente, a minha meta... é ter uma essência, um gosto... deixar um gosto, e ter uma essência.

 Começaram as aulas, estou em uma nova escola... agora, estou estudando no Colégio Antônio Alves Cruz, na Vila Madalena... é um local com pessoas um tanto diferenciadas, todavia, não tenho expectativas em relação a elas, quero ter apenas, um bom ensino, uma paz estudantil, e estar preparado para prestar o vestibular, afinal, ele será este ano... Tudo ou Nada.

 No trabalho, estou coonseguindo me adaptar a rotina, aos meus superiores... ao caos, que é o Centro de São Paulo, e em ficar com um pouco de fome, ás vezes... faz parte, no final do mês, pelo menos, poderei comprar as coisas que eu gosto, ou fazer coisas que eu gosto, isto é o que importa, de verdade.

 Os amigos, alguns me cobram muito, outros... me deixam ser mais independente, e aprendem a ser independentes junto comigo, outros, preferem continuar me cobrando, e cobrando, e cobrando cada vez mais, acreditando que talvez, eu possa passar uma borracha por cima de um erro, que eles mesmo cometeram... porém, eu não tenho todas as respostas, eu não sou nenhum tipo de ''segurança'', e nem sempre tenhi respostas, que as pessoas querem que eu dê.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

''Tapa olhos furados''

Vivemos em meio de uma sociedade politeísta
Viciada em xelocaína
 E amadora de Anthrax

Consumidores de cigarros roupados e molhados
Boêmios, apenas na conveniência
Juízes, apenas na multidão

Eu sei, a todo tempo visto uma máscara
Pois, também sei
Que o meu rosto se perdeu a muito tempo
A sua face, não me deixa mais atento
Com meu par coturno amaço o portão
De entrada para o Paraíso

Cansei, de usar essas calças sujas no calor
De me maquiar, tentando disfarçar a minha dor
E de dormir, enquanto todos acordam
E de ficar acordado, quando todos dormem

É impossível, esse sentimento que não se afasta
Não é nostalgia, e também não é pedido de esmola
São só canais que passam na madrugada
E os mortos apresentadores e artístas
Não param de falar comigo

''O bar das sangue-sugas''

 Essa virilidade humana
 Espreme a minha alma
 Assim, como a depravação suga o prazer com o estrupo
 E faz sangrar o pensamento da vítima

Onde colocaram a virtude?
Tudo é mais fácil, tudo é possível
Quando temos alguém para nos guiar
Mas, o que acontece quando aprendemos o caminho?

Somos esquecidos
Largados por dentro do guarda-roupa por muitos anos
E poucos lembrados...

Mas, então
Que afogue essa vida, nunca mais pense nos outros
Mas, saiba que é injusto, ''GRITAR POR SOCORRO''

Embriaguem-se

É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.

Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.

E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.

                                                                                                          Charles Boudelaire

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Anos Incríveis

''Mudaram as estações, nada mudou. Mas, eu sei que alguma coisa aconteceu, está tudo assim, tão diferente. Se lembra quando a gente chegou um dia acreditar, que tudo era pra sempre, sem saber, que o pra sempre, sempre acabada. Mas, nada vai conseguir mudar, o que ficou..''

 Sim, eu notei que alguns aspéctos mudaram, que pintaram as casas daquela rua, onde a gente ficava jogando conversa fora. Notei, também, que aquele garoto, que um dia, foi bem gordinho e era menor do que eu, hoje, ele é o dobro de minha pessoa.

 Lembro como se fosse ontem, a vez em que eu comprei a minha primeira camiseta de banda... me senti o Rock Star... e eu acho que eu realmente, era. Naquele dia, eu havia ganhado dois presentes, a camiseta e a minha amizade de volta, o interessante, também, é que eu estava fazendo um montão de pessoas felizes... sim, estes foram os meus 13 anos. Aquele garoto que era fã de Aerosmith, que tinha o apelido de ''Olívia Palito'', e que tinha um montão de pessoas com quem conversar, também, tinha uma grande inocência, e talvez... um sonho, este sonho, prevalece até hoje '' SER FELIZ''.

Me lembro, também, da época de escola, daquele garoto que só sabia falar, sobre jogos eletrônicos... daquele garoto, que ficava feliz, ao ver algum personagem.

Estava lembrando, também, daquele garoto, que todo ano... tinha uma paixão, uma ''garotinha ruiva''. Aquela que bem aos poucos, vai se descobrindo o tom de voz, a voz e os seus gostos, só que depois, o tempo passa... e eu fico um bom tempo, sem lembrar da mesma.

 No dia de hoje, eu estou completando 17 anos... é pouca idade, mas, da minha adolescêndia... eu não me esquecerei, jamais... esta é a idade, que por último ano, estarei sobre tutela, pois, no ano seguinte, estarei sobre emancipação. Espero que por todos estes anos, eu não tenha mostrado a verdadeira ''DECEPÇÃO'' para os meus pais, a única coisa que eu sei, é que nos anos passados, mostrei para muitos dos meus amigos, a tal da ''DECEPÇÃO''...

Lembro, que eu tinha sido uma criança adorável, com caichinhos... e com cara de anjo
Percebo, que na minha adolescêndia, sou um ser complicado de lhe dar, com a barba por fazer e o cabelo por cortar...