domingo, 22 de maio de 2016

A minha vida anda parada, sem grandes acontecimentos. Vejo muitos dos meus amigos, felizes em seus relacionamentos ou esforçando-se para que as coisas deem certo, e eu cada vez mais me arrependendo de coisas que tenho feito.
Eu estou desempregado, por motivos muito óbvios e vagabundos: preguiça de encarar o Mercado de Trabalho e conviver com as pessoas por obrigatoriedade. Gostaria de lecionar Filosofia em alguma escola, mas o Governo do Estado suspendeu as contratações, não há nenhuma previsão. Minha mãe não aguenta mais me ver em casa, parado, sem dinheiro e sem vontade de fazer quase nada; a minha fadiga é uma coisa metafórica. Isso resulta em indisponibilidade para fazer a maioria das coisas que gostaria de fazer: morro de saudades de ver pessoas diferentes, poder marcar encontros sem me preocupar.
Ainda não superei um relacionamento que acabou há quase dois anos, sinto-me cheio de mágoas e com uma série de coisas que gostaria de dizer a respeito para uma pessoa específica. Dói muito perceber-se parado no tempo, enquanto a pessoa que se tornou objeto de muitos maus pensamentos, provavelmente viva feliz nos braços de um outro alguém. Isso ocorre porque tenho que vê-la inevitavelmente ao redor dos corredores da faculdade, o que me faz muito mal e me torna deslocado: apesar de saber que estar por lá é um direito de ambos. Bato a minha cabeça pelos erros que cometi, essa é uma grande verdade, porém confesso que não consigo afirmar ter aprendido alguma coisa. A minha mente trabalha como se eu tivesse que provar alguma coisa para ela, todavia eu sei que não há nada o que ser provado. Errei muito, isso é verdade, só que ela gostou muito de cooperar com a deterioração da minha autoestima, dizendo que eu era gordo, anti-social, desagradável e me contando a respeito das pessoas que afirmavam que ela não tinha nada a ver comigo.
Muitas coisas melhorariam caso eu começasse a aderir hábitos, ser mais organizado e atencioso, por exemplo. Mas eu não consigo acreditar que EU mesmo devo ser a motivação para tudo isso, sinto-me insignificante demais, apesar da insignificância ser a realidade de qualquer indivíduo humano. Assim como na música de Belchior, sou um amante do passado e não reconheço que o novo sempre vence!

Quero passar por uma mudança grande: conhecer novas pessoas, novos lugares, ter uma rotina nova. Como fazer com que esse desejo seja maior do que as minhas vitimizações? O que eu poderia fazer para aceitar o que passou e o que virá?
Penso em parar de beber! Sei que o álcool me leva a pensamentos e atitudes demasiadamente prejudiciais a aquilo que quero de mim! Como afastar tal desejo?
Sinto necessitar de um amor, destes que corram feito um vento e passem pela fronte como uma briza morna frente ao mar. Um amor que faça parecer os amores do passado períodos de miséria, onde eu ainda não sabia o que era carinho. Quero escrever poesias para esse alguém que, infelizmente, ainda não tenho certeza se virá e se mereço. Um alguém que me faça sentir vergonha e arrependimento de todas as máscaras horrendas que experimentei diante do espelho. Que me ajude a ser melhor do que sou!

A minha fé no Senhor enfraqueceu-se, entrego-me a dias de instigação pecaminosa. Mas ainda sei que Deus faz-se presente em mim, e quero uma direção para que eu me permita sentir sua condução à redenção de minha existência! Quero um coração melhor do que tenho, um coração igual ao de Deus!



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