terça-feira, 4 de setembro de 2012

Tudo é dor... e toda dor, vem do desejo de não sentirmos DOR (clichê)


 "Dissestes que se tua voz
Tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira..."

 Sim, faz muito tempo e eu não pensava que um dia voltaria a escrever ou até mesmo falar sobre isso.
 O ano de 2010, foi o ano mais conturbado em toda a minha vida, parecia que aquele filme triste e mudo nunca mais iria acabar, eu dormia no meio do filme e quando acordava ainda estava passando a mesma cena de quando estava acordado. Minha vida era um niilismo por causa de uma única pessoa, sem aquela, não existia um motivo pra viver, pra andar na rua, pra ter amigos, pra ir viajar ou conhecer um novo livro ou  uma nova banda. Todos os dias tinham gosto de puro sal.
 Mas, percebi depois de um ano que quanto mais a gente vive, coisas boas e ruins vão acontecendo. Quase todos os dias de um único ano podem ser pura rotina, mas, a coincidência faz com que nós tenhamos pelo menos três dias de um único ano felizes.
Só que hoje, dia 04/09/2012, ás 04:02 da manhã, resolvi fazer a retrospectiva de minha tristeza há dois anos atrás. Me lembro como se fosse ontem, deu andando pelas ruas de meu bairro, procurando um rumo, procurando alguém numa noite fria e vestindo  um suéter surrado. Procurando uma maneira de ressuscitar o que tinha acontecido há quatro meses atrás. Tentando pelo menos exacerbar a minha dor ou protestar um pouco mais sobre o meu ódio. Parecia que tudo estava perdido, e que nada de interessante dali pra frente iria acontecer, sendo que eu tinha apenas 16 anos de idade, estava desempregado, estudando em uma escola que não me dava uma base interessante e "não conhecia ninguém".  A única coisa que eu sabia era escrever, foi o ano que eu escrevi as minhas melhores poesias,  por sinal, mas, muitas estavam guardadas dentro de uma pasta, creio que um belo dia minha entrou no meu quarto, mexeu nas minhas coisas e leu aquele monte de desgraça e jogou fora.

 Resolvi escrever sobre o ano de 2010, pois há uma semana, eu estava em minha mente dizendo como que a minha vida era lamentável, imprestável, e depois de sábado percebi que aquilo que eu estava vivendo, naquele exato momento, era o que eu mais desejava em uma noite fria de um sábado de 2010. Estar cercado de várias pessoas que por sua vez me alegrassem e me matassem de rir, com uma cigarro e uma latinha de cerveja. Percebo, então, o quão ingrato sou com as minhas próprias conquistas, após tanto sofrimento, e cultivado tantas as vezes o tédios dentro de um único ano.

"Este mundo não merece a nossa tristeza
e se é a vida não há porque deixar de ser"