Locutor do Inferno

 O ano passa e você é explorado
 Enganado pelo "Sistema Humanitário"
 Influenciado por novela desde pequeno
 e acredita em um amor verdadeiro

 Cresce, acredita em milagres
 mas, nunca se depara que é tudo uma grande coincidência
 você tropeça e está apto a quebrar o queixo ou a cabeça

 Mas, aprenda
 O céu não existe
 só existem os limites
 e aquilo que você chama de inferno
 O inferno pode ser quente
 ou  você acha que para um morador de rua, o paraíso é o inverno?

 Até a morte...
 gritarei ao apontarem o dedo em meus olhos
 nunca pisarão em minha mente
 e me farão de tapete
 para embelezar o seu trono

 Pois, eu sei
 A vida é uma coincidência como eu disse em um verso a cima
 mas, cada um tem um presente do tamanho que cada um merece
 posso ter ganhado uma pedra
 e com essa pedra posso construir um castelo
 mas, este pode ser o presente de uma pessoa...
 Que tal, receber um presente da vida?
 Sujo, imundo e movediço

 Sou locutor do inferno até no céu
 Vou gritar, fritar a sua consciência, enquanto não acordar
 Não adianta se acomodar nestas palavras que tu ouves pelas ruas
 ou nos aplausos infelizes que recebes por mostrar o que não és
 sou feliz por ser infeliz, nesta vida decadente
 coitado daquele que se contenta nesse monte de mentiras
 Não acredite quando dizem que tu és o melhor
 Não acredite!
 JAMAIS ACREDITE!
 Pois, quem está lhe dizendo isto, é o demônio mais sujo e fedido

 Este demônio não tem chifres
 e nem se chama Lúcifer
 pode ter o teu nome
 e não se esqueça, o céu não existe
 O que existe é este inferno
 e saibas muito bem, que para muitos, o inverno não é céu e nem é bonito
 Chega de acreditar, nesses poetas malditos
 Chega de acreditar nesses burgueses europeus

" Limpeza "

 É muito estranha essa análise em que eu fiz momentaneamente em relação a Rua Augusta.
 Para quem não sabe, a Rua Augusta, é a rua mais frequentada durantes as noites de São Paulo, nela encontramos pessoas de todos os tipos e tribos. Vários bares, boates, botecos, lanchonetes e cabarés...as pessoas vão para lá para deixar suas tristezas, ou aliviá-las por suas calçadas. Mas, como em todo o lugar, existe uma coisa, a "REPRESSÃO".
 Pouco depois do "Vitrine" existe o Inferno, e uns botecos e bares, e nos mesmos encontra-se os "Carecas do Subúrbio" e alguns White Powers, é possível encontrá-los também, em algumas esquinas e travessas da Rua Augusta.
 Não estou em nenhum momento apoiando a diminuição de liberdade deles, e sim criticando a imposição violenta que muitos segundos eles tem que seguir, e essa maioria SOMOS NÓS, essa maioria são os HOMOSSEXUAIS.
 Chega dessa coisa de "Acordo de Não-Agressão". Somos cidadãos, trabalhamos duro, e temos o direito de ser, e colocarmos os nossos pés e deixarmos as poeiras, aonde quisermos, assim como eles também tem esse direito, segundo o "Direito de ir e vir". Eles não tem nenhum tipo de autoridade de nos barrar enquanto caminhamos,  por lá, seja lá pela nossa jaqueta, ou pela forma que eu caminho ou arrumo o meu cabelo, e também, com quem estou de mãos dadas... se os mesmos estão incomodados, que entrem para a política e batalhem por uma lei que danifique este nosso direito.
 Eles são praticamente UM, nós somos um milhão... Um milhão de alternativos, punks e homossexuais, e temos orgulho do que somos, e trabalhamos pela nossa liberdade.
O que me choca, é que essa grande maioria possui medo de passar em frente esses bares, aonde estes indivíduos estão localizados. Sim, vocês tem razão de possuir esse medo, afinal, vos atacam com garrafas de cerveja, e com armas brancas. Mas, o que aconteceria se nos igualássemos? Afinal, nós somos um milhão, perante 12 ou 20 conservadores (segundo eles, né?pois, em relação ao respeito e ao vocabulário inútil dos mesmos).
 Vamos realmente batalhar pelo nosso direito de ir e vir... Pois, não devemos nos militar perante aos impostos absurdos que pagamos, para ainda por  cima, levar o risco de tomar uma garrafada na cabeça por motivos imbecis, e também, sermos mau-atendidos por enfermeiras sujas, e que mal sabem dar um ponto.

 Eles vos chamam de escória
 mas, aonde está a cultura dos mesmos?

 Eles se dizem superiores
 mas, quem são a maioria?

Exemplo Estudantil

Fascistas docentes

Administradores pedagógicos

Subornados pelo sistema com horários pequenos

Pouco querem saber

Apenas de seus salários pagos

Nas escolas aprendemos

Que os nossos futuros pertencem

Aos políticos corruptos e militares

Mentem sobre a história

Mentem sobre os poetas malditos

Nos escondem a Anarquia

Ou a esquecem

Pouco falam de Comunismo e incentivam ao Capitalismo

Na 1ª série do Ensino Primário

Temos que cantar o hino nacional

Pois, devemos amar a nossa pátria

Mesmo cheirando urina nas ruas

Mesmo com mendigos pedindo esmolas

Ou com prostitutas nos chamando para comê-las

Após sairmos do trabalho

E então, inflarmos a nossa auto-estima

A escola nos ensina muitas coisas

Aprendemos com nossos amigos a falar palavrões

Para xingarmos a professora Emília

Que puxa o nosso cabelo, e nos chamam de bundão

E na reunião diz que temos dificuldades

Terminamos a escola, e já estamos preparados para lutar

Contra a pobreza e gerentes de bancos nos tornar

E cuspir nos pequenos e aos nossos filhos incentivar a brigar

Com o coleguinha filho de comunistas

12 de Outubro dia das crianças

Cheio de sangue

12 de Outubro

Dia do “descobrimento do Brasil”

Dia de exploração e colonização

Dia de gastos e consumos para progredir a tecnologia

Aumentar o bolso de uns e diminuir o de outros

São tantas mentiras

Muitos roubam para presentear teus filhos

E dizer mais uma vez que o velho batuta existe

Para que um dia cresçam e se chateiem com a realidade

Só filho de burguês vai pra faculdade

Mesmo sendo pública, você não entra se estudou no sistema público

Não importa se leu Kafka, Dom Casmurro no Ensino Médio

Repetiu por faltas, por causa do trabalho

O cansaço afetou o psicológico

Preguiça é pecado, porém, já foi necessário

Comprar pão ou pagar o dentista

É fácil chamar de burro, quando se sai da escola e vai pra casa

Almoçar comida boa, é sempre bom, depois da aula de Biologia

Vamos fazer de novo, pesa a consciência no final do ano

Fazer o que?

Todo ano tem o seu fim, uns tristes e outros superados

Só vá para ver o que vai acontecer

18 anos na escola, vai ser duro